sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tudo se Renova

Estrelas no céu já não conseguia vê-las com o mesmo brilho de sempre.
As noites para mim tinham se tornando angustiantes e meu adormecer quase sempre era surpreendido por pesadelos horríveis.
Despertar a cada amanhecer era como encontrar-me sem identidade, passava os meus dias solitários envolvidos no perrengue que eu nutria no meu próprio ser;
o sol já nem conseguia com seus raios fortes atingir a frieza que me encontrava,
as chuvas -que tanto gosto- tinham seus pingos grossos que caiam de um céu cinzento, que talvez, só meu olhar enxergasse aquele dia feio.
O meu eu estava tão fragmentado que nem podia contemplar o arco-íris no céu lindo e azul depois desses choveres, era impossível encontrar com a alegria e a felicidade que outrora esses fenômenos da natureza causavam em minha vida.
Já não tinha gosto de ficar parado nas noites, a olhar para o infinito, deslumbrando a bela lua em cada uma de suas fases.
Tudo a mim estava perdendo a suas características mais sublimes; o que antanho me fascinava já havia perdido o valor; a minha própria vida já estava sem perspectiva e, ao meu redor o encanto e a magia já se perdera há muito tempo.
Como pude deixar tudo se dissolver aos poucos, sempre abracei e segurei tudo muito forte, mas dessa vez eu deixei aos poucos -como se saindo por entre os meus dedos bem devagar- todas essas essências perderem o seu sentido.
Hoje vejo que isso teve que acontecer para que eu pudesse aprender novas lições e, saber que em mim há um homem e não apenas um homem trazendo em sua índole coisas de sua infância que me impediam de passar para o mundo dos adultos.
Pensei que tudo em minha volta havia escurecido, mas sei que isso foi um passo para aprender a ver tudo de outra maneira. Ora, descobrir uma beleza mais profunda em tudo isso...
Acredito que é possível ver o que já foi visto muitas vezes de uma maneira nova e, muito mais, as vendo com mais brilho, intensidade, sentido e profundidade.
Aprendi que a tristeza não toma posse de nós para sempre, mas, ora, ela se transformará em paz e quando deixamo-la se converte em alegria. Quando estamos tristes acredite que a alegria não tardará em visitar-nos!

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